Nas últimas décadas, a sociedade argentina experimentou um questionamento progressivo de sua suposta “branquitude”. Desde meados da década de 1990 foi criado um movimento social afrodescendente, formado por organizações que lutam por sua revisibilização, contra o racismo e a exclusão. Além disso, a chegada de migrantes afro-descendentes, dedicados ao ensino das artes afro-latino-americanas, articulou-se com esse movimento político e cresceu como campo cultural, à medida que os aprendizes e praticantes argentinos tornaram-se, também, professores e referentes. Fruto de nossos respectivos trabalhos etnográficos, neste artigo tentaremos problematizar algumas das articulações que surgem entre as configurações de identidades e memórias afrodescen...